terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Os Prêmios - Julio Cortázar

“- Pingue-pongue – disse Paula.
-Pingue-pongue?
-Sim, eu pergunto como você está, você me responde, e depois me pergunta como estou. Eu respondo: Muito bem, Jamaica John, apesar de tudo. O pingue-pongue social, sempre deliciosamente idiota como os bis dos concertos, os cartões de felicitações e mais três milhões de coisas. A deliciosa vaselina que conserva tão bem lubrificadas as rodas das máquinas do mundo, como dizia Spinoza.”

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

''Fique contente, não analise e fique contente. A gente tem o vício (eu, pelo menos) de matar a alegria com mil análises críticas que geralmente não têm nada a ver.
Toque o barco sem medo. Gente como você é sempre uma força.'' C.F.A.

domingo, 27 de dezembro de 2009


"Não é por outra razão que estou aqui tentando colocar ordem nestas idéias que vivem em trânsito. Não chego a temer a loucura, no fundo a gente sabe que ninguém é muito certo.

Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade,pelas respostas. Quando estou acostumando com uma versão de mim mesma surge outra, cheia de enigmas,e vou atrás dela. Tem tanta gente que elege uma única versão de si próprio e não olha mais pra dentro. Esses é que são os lunáticos.

Eu, ao contrário, quase não olho para fora.

Você me entende? Eu não tenho medo de perder o senso. Eu tenho medo é desta eterna vigilância interior, tenho medo do que me impede de falhar.

O que me amedronta é essa minha insistência em me enfrentar."
"Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica pra tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se."

sábado, 26 de dezembro de 2009

"Quem navega, não pensa em perda nem permanência:
só busca o caminho das ondas e do ar." - Lya Luft
"Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu..."
Alberto Caeiro

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim da sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se do seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo. O que vem depois, não se sabe. Há aquele olhar de que lhe falei, e aquelas outras coisas, mas nada sei de você por dentro, depois de ver."

Eles de O Ovo Apunhalado, Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

“A dúvida antropológica não consiste unicamente em saber que não sabemos nada, mas em expor resolutamente o que acreditávamos saber, e até mesmo a nossa própria ignorância, aos insultos e aos desmentidos infligidos aos hábitos e idéias que nos são muito caros por aqueles hábitos e idéias que podem contradizê-los em seu mais alto grau” (LÉVI-STRAUSS, 1973, p.37)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu não quero a normalidade, eu quero a loucura, a insanidade, pois os ditos normais trouxeram o mundo ao caos. Quem sabe se tivéssemos escutado os loucos?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


"Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro."
José Saramago

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Meus Estudos


Resumo da obra integral: A conquista da América. A questão do outro, de Tzvetan Todorov – Editora Martins Fontes: São Paulo, 2003.

A primeira parte do livro intitula-se “Descobrir” e trata das interpretações feitas “do outro” pelos europeus (Colombo) e pelos indígenas americanos no período da “descoberta” da América.

Os objetivos de Colombo em terras americanas possuem um propósito maior do que a “simples” retirada de ouro, pelo que se entende por suas cartas destinadas à Europa e outros textos que escreveu. Colombo esperava encontrar ouro para financiar a expansão do catolicismo, e como em novas Cruzadas, empregar a reconquista da Terra Santa no Oriente à Igreja. Ele acreditava estar destinado a liderar a luta por esse objetivo maior.

Tanto em seus objetivos, sua forma de pensar e ver o mundo, e a interpretação feita do outro americano, Colombo demonstra uma mentalidade “finalista”. Sua visão das novas terras, de seus habitantes, e do seu “destino” é mítica, provém de literaturas folclóricas de escritores da época ou mais antigos, de interpretações bíblicas, de crenças populares. O genovês não se preocupava em “procurar a verdade” e ver o novo mundo como ele era, mas procurava confirmações para verdades conhecidas de antemão. As certezas de Colombo acabaram dando-o sucesso em sua viagem, como alicerces, mas alimentaram a superficialidade do conhecimento das novidades.

Colombo acreditava ter chegado em “terras virgens”. Por isso adorava dar nomes às coisas, não reconhecia o idioma indígena como fala, e a falta de vestimentas (que são símbolos de cultura) dos nativos fazia-o encará-los como seres aculturados. O primeiro contato com os índios foi de total incompreensão, porém Colombo agia o tempo todo como se entendesse (visto que achava já conhecer tudo de antemão pelo que havia lido). Essa atitude de Colombo pode ser vista como a de um “colecionador de curiosidades”, não tinha interesse real de compreensão, assim, tinha tendência a fazer generalizações e interpretações extremamente parciais sob a égide de sua cultura cristã-européia.

Uma das incompreensões de Colombo é a diferença do valor das coisas para os índios. Não conseguia aceitar que os valores são convenções. Assim, para ele, quando um índio trocava grandes quantidades de ouro por quinquilharias, era sinal da generosidade e inocência dos nativos (até falta de inteligência). Essa “generosidade” criou o mito do “bom selvagem”.

Os índios não entendiam a propriedade privada, tudo era propriedade comum – assim, pegavam o que queriam dos colonizadores – a partir disso, vem a outra adjetivação dada a eles por Colombo, de ladrões.

A prática “padrão” do colonizador diante do colonizado mostra-se bem: igualdade humana (assim, os colonizados devem assimilar a cultura do dominador) e diferença (comparação de superioridade e inferioridade). A alteridade humana é, ao mesmo tempo, recusada e revelada. Sintetizando, Colombo considera os indígenas como objetos vivos.

A segunda parte da obra é denominada “Conquistar”. Há explicações e entendimentos para a vitória de Cortez, que dispunha de pouquíssimos homens perto do contingente asteca (mexicas) do imperador Montezuma (Motecuhzoma).

Além da ambigüidade do imperador Montezuma, na primeira parte da conquista, que ora tinha atitudes ativas ora passivas, após sua morte Cortez consegue aproveitar-se das lutas internas entre povos rivais, e até “apadrinha” um dos povos a seu favor para a luta contra os astecas. Os índios das regiões atravessadas por Cortez já “estavam acostumados” à conquista, porque haviam sofrido isso pelos astecas – o México de então era um conglomerado de populações subjugadas pelos astecas. “Desse modo, longe de encarnar o mal absoluto, Cortez freqüentemente aparecerá como um mal menor, como um libertador.” (p. 81)

Analisando a ótica asteca de vida e de significados, vê-se que tudo entre eles acontecia “por um motivo”, e se realizava porque havia uma profecia anterior. O indivíduo, na sociedade indígena, não representava uma totalidade social, mas era unicamente elemento constitutivo da totalidade real, a coletividade. “O futuro do indivíduo é determinado pelo passado coletivo; o indivíduo não constrói seu futuro, este se revela; daí o papel do calendário, dos presságios, dos augúrios.” (p. 95)

O tempo, para os astecas, poderia muito bem ser representado pela roda, pelo círculo (submissão do presente ao passado), enquanto o europeu tem a característica de linearidade.

Os astecas deveriam ter a qualidade de falar bem e interpretar bem, a associação entre o domínio lingüístico e o poder é claramente marcada.

Com Cortez e seus signos, dá-se a cara européia. O cristianismo e suas características propiciaram o apoio para o modo como os estrangeiros se relacionaram e viram o nativo americano. A universalidade do Deus cristão (que é nome comum, não próprio), traz a intolerância (ou seja, seu Deus é único, não há espaço para outros).

Cortez tem grande preocupação com as aparências, gosta de ações espetaculares, com consciência dos seus valores simbólicos. No comportamento de Cortez percebe-se a influência do espírito da época, com Maquiavel e o seu O príncipe.

Cortez demonstra capacidade de compreender e falar a linguagem do outro – os espanhóis, em seu próprio benefício, exploram os mitos indígenas.

Em “Amar”, a terceira parte do livro, há no início o encadeamento “Compreender, Tomar e Destruir” em questão. Entende-se que a compreensão só assim será se houver reconhecimento pleno do outro como sujeito, não como “coisa”, caso contrário, essa compreensão será usada para a exploração, o “tomar”. Esse tomar encadeia-se no destruir, acontecendo assim o genocídio indígena, por assassinatos diretos (como nas guerras), maus-tratos ou doenças trazidas pelos espanhóis. “O fato de os índios morrerem às pencas é uma prova de que Deus está do lado dos conquistadores.” (p. 196)

Na dicotomia Igualdade versus Desigualdade, o erudito e filósofo Gines de Sepúlveda possui uma visão extremamente influenciada pela Política de Aristóteles, onde há a distinção entre os que nasceram senhores e os que nasceram escravos.

Sepúlveda acha que a hierarquia, e não a igualdade, é o estado natural

da sociedade humana. Mas a única relação hierárquica que conhece é

a da simples superioridade-inferioridade. (p. 221)

Com pensamento oposto, o padre dominicano Bartolomé de Las Casas “diz sim” ao colonialismo e não ao escravismo. Ele pregava que se bem tratato e considerado como sujeito, o indígena só produziria mais e melhor (e também obedeceria com menos resistência), e seria mais um consumidor.

Sobre a relação de Colonização e Comunicação, ou seja, a influência histórica que culturas diferentes exercem sobre ou juntamente uma a outra, diz-se:

(...) é possível estabelecer um critério ético para julgar a forma das influências: o essencial, eu diria, é saber se são impostas ou propostas. A cristianização, como a exportação de toda e qualquer ideologia ou técnica, é condenável a partir do momento em que é imposta, pelas armas ou de outro modo. (p. 261)

Na última parte do livro, “Conhecer”, há a Tipologia das Relações com Outrem. Estas são feitas por vez ou simultaneamente nos planos axiológico, praxiológico e epistêmico.

O espanhol Duran, que viveu no México desde criança, teve uma compreensão interna da cultura indígena que seria inigualada no século XVI. Nele vê-se, como “peça amostral”, como havia o sincretismo religioso nos indígenas e nos espanhóis.

A sua mestiçagem manifesta-se de vários modos. O mais evidente, mas talvez também o mais superficial, é o fato de compartilhar o modo de vida dos índios, suas provações, suas dificuldades; segundo ele, era essa a vida de muitos missionários. “Tornaram-se bichos com os bichos, índios com os índios, bárbaros com os bárbaros, homens alienados de nossos modos e nação”. Mas esse é o preço que devem pagar para compreender: “Os que falam de fora, que nunca quiseram tomar parte nesses assuntos, compreendem pouca coisa.” (p.309)


Meus estudos =)

Resumo do texto de Estevão Chaves de Rezende Martins. Cultura e Poder, pp. 29-60. In Cultura e Poder. São Paulo. Editora Saraiva, 2007.


Para o autor, a dimensão coletiva contém um componente atemporal, que seria responsável pelas permanências, ou seja, pela cultura histórica que se mantém e torna-se base para a formação cultural das coletividades e indivíduos do presente e futuro. A “posse” da educação, no formato de ensino, desde o Estado Moderno, é a principal responsável pela sustentação e constituição de identidades culturais históricas.

“(...) a dominação política se esteia em elementos históricos, em particular na simbologia das origens e da continuidade, para pretender a legitimidade. A legitimidade é a aptidão estrutural do sistema político para receber adesão, supondo-se que os mecanismos de sua justificação encontram base (real ou forjada) na memória histórica da coletividade (pelo menos da coletividade dominante).” (p. 34)

Há a explicação das “quatro vias” da construção de identidades, que predominantemente são entrelaçadas: identidade por assimilação ou apropriação, identidade por rejeição, identidade por contraste e identidade por diferença.

Em uma análise sobre a amplitude do termo cultura, que surgiu recentemente, pode-se pegar o enunciado do antropólogo Clifford Geertz, para o qual “a cultura não é um acréscimo ornamental de sofisticação supérflua de um ou de outro indivíduo – a cultura é um elemento constitutivo da condição humana.”(p.42). Esta extensão da compreensão do termo demorou a chegar neste ponto, e atualmente há o reconhecimento de cultura como fator subjetivo e coletivo de afirmação identitária.

A diversidade de adjetivos ganhos pelo termo cultura pode ser agrupada em dois conjuntos. O primeiro de caráter étnico (cultura inglesa, cultura americana, cultura chinesa, etc.) e o segundo por “temas” (cultura política, erudita, popular, literária, etc.).

A política de Estado tem seu alicerce no sentimento criado de nacionalismo, que dá “forma à massa” e cria a imaginada e arquitetada nação – essa forma ideológica de política, o Estado-nação, dá-se a partir do final do século XVIII. Partindo da identificação com a pátria, com o líder ou com os símbolos e heróis nacionais, entre outros exemplos, há a geração de “uma vontade coletiva de lealdade” ao Estado.

“Os Estados buscam justificar seu poder conformando o modo de pensar de seus cidadãos por intermédio dos sistemas de educação e de comunicação de massa. Inúmeras vezes, ao longo dos séculos XIX e XX, encontra-se o motivo da defesa dos valores e do modo próprio de ser e de viver para sustentar ataques – verbais ou armados – a outros Estados.” (p. 47)

A formação cultural das identidades dá-se por três diferentes e complementares níveis: a identidade nacional, a social e a pessoal. Todas essas constituídas a partir do meio de vida de interações. Para Mathews, um dos pesquisadores citados no texto, a cultura é sistematicamente moldada e manipulada pelo Estado e/ou pelo mercado.

As informações, que influenciam na construção, edificação e propagação cultural, podem ser de fontes sistematizadas, institucionalizadas (plano governamental – educação, de forma direta e indireta; comunicação – indústria da notícia, fontes antigas e contemporâneas) ou de fontes assistemáticas, informais (o que circula no plano das mentalidades individuais e sociais).

Para Castells, outro autor citado no texto, a circulação de idéias e de bens culturais é alimentada por uma multiplicidade de fontes, de acordo com as diferentes culturas de origem, com as respectivas histórias e com as geografias próprias (“obsessão deliberada pelo multiculturalismo” – Castells).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Texto furtado de uma amiga... (Marina)

Poema da Eternidade

Quando quiseres ser alguém,
Alguém que valha a pena notar,
Seja aquele que vive o hoje.
Não olhes para trás tentando refazer
Os caminhos já desviados.
Nem queiras supor o amanhã
Para tentar desvendar o que dele virá.
Vive o agora e olha o "em torno".
Percebe de onde vem a dor do mundo,
Que isso é o que importa.
E deixa fluir de ti
A Esperança que conduzirá à cura.
Não sejas um obstáculo aos sonhos
Mas uma ponte para a imaginação.
E assim teu tempo será ilimitado.
Pressentirás as origens e o fim,
Sem medo, sem culpa, sem dor.
E estarás vivendo
Unicamente o Hoje.
E ao vivê-lo cuida para que,
Acima de tudo,
Não queiras imortalizar tua passagem.
Deixa que ela se dilua,
Nas pequenas coisas da vida como um olhar, um sorriso, um afago.
Que tua passagem possa ser apagada rapidamente,
Como se apagam as marcas na areia.
Pois o que ficará de tí,
Já ficou impresso nas almas
dos que te cercavam.
E esses levarão a outrem
O que deixaste impregnado.
O mesmo sorriso, o gesto de amor e atenção,
O afago.
E essa marca de amor, que se conduz pelas pessoas,
É a tua eternidade.

Cecília Bonna

Ciência Política, ah.

Palpável, sim
Não.
A realidade do país
A máquina do estado
Analisando o quebra-cabeças do poder
O território da "comunidade imaginária"
Assim
Para assim
poder participar daquela discussão de boteco
sobre a situação do país
e sentir-se de consciência limpa
afinal
sim, afinal?
afirmar a cidadania
o quê?
O quê.
- Por isso que este país está do jeito que está!
- É.
- Mais uma cerveja, para comemorar a vitória da seleção!
Nação.
Pátria.
Eu.
Eu?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama. É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo. É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção. Mas, acima de tudo, ser livre é ter um caso de amor com a própria existencia e desvendar seus mistérios."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Desenvolva a neutralidade e a observação. Os índios chamam isto de "visão da águia": sair voando de dentro do burburinho dos eventos e, de cima, com uma perspectiva ampla, observar os acontecimentos sem identificação ou julgamentos. Ou, em outro exemplo: sair de dentro do rio caudaloso de nossa vida - onde estamos imersos até o pescoço - sentar na margem e observar. Quando dentro do rio, imersos até o pescoço, qualquer ondinha nos parece um vagalhão, mas quando nos sentamos à beira do rio, a ondinha novamente vira ondinha, e aí podemos ter uma perspectiva mais correta e um envolvimento menos sofrido com as coisas. Isto desenvolve uma profunda consciência da relatividade dos pontos de vista e, por conseguinte, o redimensionamento da nossa identificação e envolvimento com a transitoriedade da vida.

Gastamos grande tempo mental ficando angustiados por um passado que não podemos mais mudar e/ou ficando ansiosos por um futuro que ainda não chegou. Outra grande parte, ainda, gastamos sonhando acordados, delirando os nossos sonhos e desejos. E aí duas coisas ocorrem: uma: sobra pouco tempo para a consciência do aqui-e-agora, o presente, que é onde efetivamente a vida acontece; duas: quando precisamos da mente para as coisas que ela foi feita para funcionar - a nossa vida humana diária - esta mente tem dificuldade em se concentrar, em estar presente, inteira, poderosa, centrada. Concentrando- nos no presente desfrutamos mais da vida. A meditação é um ótimo treinamento para aprender a viver no presente, nos livrando das pré-ocupações e desenvolvendo uma mente verdadeiramente eficiente.


Evite as comparações. Lembra do "jardim do vizinho é sempre mais bonito" ? Ledo engano! Grande armadilha! Mal sabemos que o vizinho ao olhar nosso lado também pensa a mesma coisa sobre algum aspecto de nós...Considerar este fato, te livra do peso dos julgamentos alheios e te torna mais centrado em teu próprio eixo.


Quando a vida nos apresenta algum evento desconfortável, algum obstáculo ou algum confronto, normalmente o que é acionado em nosso corpo/mente é o "automático" lutar ou fugir. A adrenalina está sempre pronta para desencadear ação. Mas a verdade é que na maior parte das vezes não seria necessário lutar nem fugir, bastaria relaxar e observar, e a partir daí agir com consciência, ou então deixar os acontecimentos se desenrolarem naturalmente. Vamos investir mais nas endorfinas! Faça Yoga ou Tai Chi Chuan!Desta forma, em todos os níveis e setores da nossa vida, podemos integrar firmeza e simultaneamente relaxamento - só firmeza gera rigidez e só relaxamento gera moleza !

Todos nós ao nascer ganhamos um espelho. Este espelho é, então, colado no nosso peito. E assim vivemos toda a nossa vida, refletindo o outro e vendo no (espelho do) outro o nosso reflexo. Hermann Hesse disse: "Se você odeia uma pessoa, odeia algo nela que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos incomoda."Viver considerando isto, vai desenvolvendo nossa compaixão, nossa tolerância, nossa empatia e nossa solidariedade para com as nossas fraquezas e dificuldades e as dos outros.

Cem por cento do que somos e vivemos (inclusive o que supomos ser acidentes) é fruto de nossas escolhas e opções. Conscientes ou inconscientes. Viver consciente disto desenvolve nosso discernimento e nossa responsabilidade para com a vida, com as pessoas e com nossas atitudes."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os quatro fantasmas

"Leiga, totalmente leiga em psicanálise, é o que sou. Mas interessada como se dela dependesse minha sobrevivência. Para saciar essa minha curiosidade, costumo ler alguns livros sobre o assunto, e acabei descobrindo (não lembro através de qual autor, sinto muito) as quatro principais questões que assombram nossas vidas e que determinam nossa sanidade mental.

São elas:

1) sabemos que vamos morrer;

2) somos livres para viver como desejamos;

3) nossa solidão é intrínseca;

4) a vida não tem sentido.

Basicamente, isso. Nossas maiores angústias e dificuldades advêm da maneira como lidamos com nossa finitude, com nossa liberdade, com nossa solidão e com a gratuidade da vida. Sábio é aquele que, diante dessas quatro verdades, não se desespera. Realmente, não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. As outras perturbações são mais corriqueiras. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca a responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta também, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo à nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade. O que estamos fazendo aqui? Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trate de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal."
- Martha Medeiros

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"É preciso amar o inútil...

Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas da vida. A música. Este céu que nem promete chuva. Aquela estrelinha nascendo ali... está vendo aquela estrelinha? Há milênios não tem feito nada, não guiou os reis magos, nem os pastores, nem os marinheiros perdidos... apenas brilha. Ninguém repara nela porque é uma estrela inútil. Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a beleza. (...)"

Lygia Fagundes Telles

sexta-feira, 31 de julho de 2009


Música.
O filme começa, a trama se desenrola, e todos nós somos roteiristas.
Música.
O sorriso se arma, os pés se espalham, move-se o corpo, fecham-se os olhos, abre-se o inconsciente.
Música.
Sente-se a droga. A droga do corpo, a droga dos hormônios.
Música.
Cenas são criadas, coisas são colocadas, coisas são apagadas, coisas são lembradas.
Música.
Vem a nostalgia, sensações que, sem a música, esqueci-me de sentir.
Música.
O toque tão esperado, o sorriso tão imaginado, o sonho tão engendrado.
Música.
A solidão desejada, o túnel alongado, a tristeza ufanada.
Música.
O êxtase em demasia, a libertação do desabafo outrora guardado.
Música.
Braços abertos, chuva, pulos, risos.
Música.
Lábios sentindo-se, braços entrelaçados, cabelos bagunçados.
Música.
Lágrimas correndo, sonhos se perdendo, sonhos se criando.
Música.
Criança, balança, comilança, dança.
Música.
Viagem que viaja, sensações de algo que não passa.
Música.
Loucura, imaginação.
Música.
Vida.
Vida, uma música.
Música, uma vida.

Escrevi faz tempo... e nem entendo mais o que sentia quado escrevi.


Tão linda e tão imperfeita a existência
aquela que é mútua com a inexistência
a inexistência de perfeição
a inexistência de soluções
a falta de soluções que enlouquecem o existir
o cárcere da busca da felicidade, a rua sem saída da fuga pela solução
a loucura da diferença
o desigual que permite a inexistência de soluções
o desigual que se não existisse, seria a solução
será?
Algum desejo real de solução?
O desigual são dois espelhos refletindo sem ordenação
mostra-me o certo, mostra-me o feliz
mostra-me o errado, mostra-me minha imagem
pois não mostra o real?
o real é diferente em cada espelho
apesar de ser igual em todos, a reflexão não
A eterna busca de soluções para tudo...
a infindável esperança, e mais infindável ainda desesperança do mudar
o mudar que muda para cada um
o mudar que torna tudo desigual
o desigual que não é ruim,
mas cujos problemas são de sua responsabilidade
problemas que só são gerados pela corrida atrás de problemas
não existe solução geral
existe solução real
mas esta, por ser real, não soluciona
o que vale é fazer algo
algo que pareça ser certo... mesmo que não adiante nada
mesmo que o acertando seja o errando para outrem
tão lindo, tão desfigurado, tão simples, tão enlouquecedor o caminho
o caminho marcado, o caminho a se fazer
tudo aparentemente tão imperfeito, tudo demasiadamente perfeito.
“Esta é você. De olhos fechados, chuva, nunca pensou em fazer algo assim.Você nunca se viu como... não sei como descreveria, como uma pessoa que gosta de olhar pra lua, ou que passa horas contemplando as ondas ou o pôr-do-sol. Deve saber. Deve saber de que tipo de pessoa estou falando, talvez não saiba. Seja como for, você gosta de ficar assim, lutando contra o frio...e sentindo a água penetrando por sua camiseta....e tocando sua pele e da sensação do chão ficando fofo debaixo dos seus pés. E do cheiro...e o som da chuva batendo nas folhas. De todas as coisas que estão nos livros que você não leu. Essa é você....quem teria imaginado...você.”

Eu tinha esse textinho guardado nos meus blocos de notas de "coisas legais" que acho pela internet afora, mas me esqueci de guardar o autor. Enfim, não fui eu que escrevi. :P

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A tristeza permitida



"SE EU DISSER PRA VOCÊ QUE HOJE acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que normalmente faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair para compras e reuniões — se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.


Depressão é coisa muito mais séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou com si mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente — as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu ando tão down...”. Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor — até que venha a próxima, normais que somos. "

- Martha Medeiros

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"O que é necessario compreender é que ninguém tem a verdade. Nós só damos palpites. No momento em que os individuos compreendem que suas verdades não passam de palpites, eles ficam mais tolerantes. E é gostoso conversar mansamente, cada um ouvindo honestamente o que os outros têm a dizer." - Rubem Alves

domingo, 4 de janeiro de 2009

"Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino."

Henfil

sábado, 3 de janeiro de 2009

Mais um ano tem o seu fim. E esse "mais" possui uma importância muito grande, pela relatividade do tempo que ele carrega. Nós sempre tentamos definir o que é o tempo... escrevemos sobre ele, teorizamos sobre ele, o demarcamos. Entretanto, essa palavra não possui uma definição imutável. Tempo pode ser conceito, pode ser poesia, pode ser prisão. Tempo pode ser muito, pouco ou nada.
Uma moça de 21 anos morre em uma viagem com a família, longe de sua terra natal, morre por algo que se definiu em uma fração de segundos. Qual foi a definição de tempo para ela quando sua vida passava pela retina de seus olhos? Quanto tempo teve a sua infância, as suas tristezas, suas boas lembranças, no filme da vida que pode ter passado? E se não houve tempo para isso? Quanto tempo durou o intervalo entre o animal entrar na pista, o carro tentar se desviar, e a vida dela desfalecer-se? Quanto tempo é pouco? 21 anos... para ela, uma vida interrompida. Ela viveu o suficiente? Aí está a questão que não devemos tentar responder... Existe em algum lugar algo que diga a idade certa para ir embora? Não. A morte dessa moça, além de mostrar que tempo é relativo, nos mostra como ele pode não existir. Ele não existe a partir do momento que o conceitualizamos. Pensar no tempo é perder o próprio.

Hoje eu acordei já pensando, como em muitos outros dias, buscando uma resposta para o que eu sinto como felicidade, o que sinto como vida. Eu descobri que deixei de viver muito do que me faz feliz, por me preocupar demais com esse tal tempo. Por querer conceitualizar demais, planejar demais, por querer achar verdades demais. Meu tempo não era acordar e aproveitar o que a vida me proporcionava, meu tempo presente era gasto para planejar um futuro. Um futuro ideal. O ideal não me deixou viver o presente. Não existe ideal. O que existem são dias... eles não possuem um livro de regras e planejamento. Eles têm de ser vividos, não planejados.

O emprego dos verbos no passado, até agora, não foi meramente um recurso gramatical. Posso dizer que o pretérito nesse texto é certamente uma figura de pensamento, de efeito. Iniciei o texto falando sobre mais um ano que se termina, e que esse "mais" tem uma grande importância. Agora deixo para trás os verbos no passado, os verbos de "pensar", e coloco os verbos que eu quero que fiquem fixos, os do presente, os do "sentir". A indecisão, a insegurança propiciada pela vontade enlouquecedora do meu querer, a maldita previsão e antecipação do futuro, são deixadas com os verbos do passado. Hoje eu decidi isso. Não é um plano para o futuro... é o modo de viver que eu sempre senti, mas que por pensar erroneamente e demais, deixei de sentir. Eu quero sentir. Hoje acordei e pensei com os sentidos. Agora estou sentindo. Não sei do amanhã... só quero ficar com meu planejamento não planejado de vida. Não me importo mais com o passado, hoje não. Hoje não quero o meu querer. Hoje não vou buscar o meu viver baseado no meu querer... as coisas são como são. Hoje, só por sentir isso, estou feliz.
Hoje, quero gostar das pessoas. Sem esperar nada em troca delas... hoje quero amá-las. Hoje não quero mais pensar no "para sempre". Hoje quero construir o "para sempre" dia a dia, e sendo assim, quando eu menos perceber, o para sempre terá existido. Hoje quero viver intensamente. E isso não quer dizer fazer muitas coisas... isso quer dizer aproveitar o que faz sentido para mim. Isso quer dizer amar sem idealizar, simplesmente amar. Amar naturalmente... sem planejar. Isso quer dizer que só existe algo que realmente importa: viver-ver-renascer. A cada dia. A cada novo e diferente dia.

Hoje, quero viver. Hoje, eu vivo. O único plano que tenho para amanhã... é o de viver.

Não preciso de mais rebuscamento nas palavras. Não preciso mais explicar para mim mesma o que desejo, pois hoje decidi não pensar como antes. Hoje decidi pensar sem loucuras, sem nóias. Decidi pensar pequeno, e esse pequeno agora é grande. Decidi descomplicar.

Finda mais um ano, "mais" porque para mim é o fim de uma longa fase. Pode parecer pouco tempo para muitos, mas como eu relativo o tempo, é o fim de uma longa fase. Uma longa fase que na minha memória será pequena aos poucos...

2009 é hoje. A partir de agora, todos os anos serão hoje. E só esse último verbo deve ser usado no futuro... tudo será hoje.

Hoje, estou sentindo o ar. Hoje, não estou julgando mais os meus antigos conceitos de certo e errado, os meus antigos dogmas. Hoje, quero estar livre. Mesmo que não consiga totalmente, hoje a única busca que vou me permitir é a da liberdade. Liberdade de conceitos... liberdade de felicidade. Liberdade para jogar tudo o que não importar realmente para o ar, e deixar este levar o pó para o passado, e lá o deixar. Hoje, estou acordada, depois de longos anos de sono. Hoje, faço o "para sempre" a cada dia.

Hoje, deixei de buscar respostas e de querer definir o Amor. Hoje, o Amor é sentir. Sem palavras, sem definir. Hoje, o Amor é silêncio, são atos. Hoje, o Amor não precisa declamar "eu te amos", pois hoje o Amor é Amor por si só. Hoje eu amo. Antes, eu conceitualizava...

Feliz hoje. O resto de 2009 a gente busca ser feliz a cada dia...